O SER PESCADOR(A) ARTESANAL E O TERRITÓRIO ARTICULADO DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS PESQUEIRAS DA ILHA DE MARÉ – BAHIA

Resumo

Historicamente conhecida como “uma grande aldeia de pescadores”, a economia e o modo de subsistência dos moradores da Ilha de Maré tem como base, principalmente, as atividades da pesca artesanal e mariscagem. Para as comunidades pesqueiras da Ilha, a floresta (matas), os mares, os manguezais, as coroas, os rios etc., são espaços conhecidos, denominados e respeitados, que compõem os seus territórios de vida e reprodução social – território pesqueiro. Nesse contexto que elencamos como objetivo do presente artigo compreender como a categoria de pescador(a) artesanal se apresenta na Ilha de Maré e como, historicamente, esse grupo social foi imprimindo sobre o espaço as suas múltiplas territorialidades, conformando assim o território articulado local. Para tal, metodologicamente recorremos, além da pesquisa bibliográfica, aos dados estatísticos do extinto MPA, da Coordenadoria de Pesca do MAPA/BA, Colônia Z-04, SPU/ BA, INCRA/ BA, e aos microdados do IBGE.  Na pesquisa de campo, destacam-se a realização de entrevistas abertas, participação em seminários, oficinas de geografia e cartografia, caminhadas pelo território, construção de mapas sociais temáticos e georreferenciamento territorial. Tais etapas nos levaram a compreender o ser pescador artesanal na Ilha de Maré e conhecer as especificidades que envolvem o território articulado local.