A PESCA ARTESANAL ENTRE CAMPONESES RIBEIRINHOS DA COMUNIDADE SÃO MARCOS NO BAIXO RIO XINGU

PRÁTICAS, SABERES E TERRITORIALIDADES

Palavras-chave: Pesca Artesanal., Territórios de Pesca, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Rio Xingu.

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar, desde uma perspectiva geográfica, a dinâmica da pesca artesanal entre camponeses da comunidade São Marcos, no baixo rio Xingu, em Senador José Porfirio, Estado Pará. A obtenção de dados envolveu a realização de entrevistas na comunidade, além de levantamento de material bibliográfico e documental. A análise dos dados aponta que a pesca artesanal é umas das atividades mais expressivas entre os camponeses entrevistados. Em sua maioria, tais camponeses têm a pesca como a principal fonte de renda, o que torna essa atividade importante no processo de reprodução social dos comunitários. Referida atividade é realizada em territórios pesqueiros, onde as espécies são encontradas e capturadas com mais facilidade. Os pescadores se organizam por meio de regras comunitárias, diminuindo, de certa forma, os conflitos nos/por territórios. Os saberes construídos no cotidiano da pesca são transmitidos de geração em geração. Tais saberes relacionam-se ao comportamento, alimentação e reprodução dos peixes, constituindo rica fonte de informações que pode auxiliar no manejo, na conservação e na utilização dos recursos pesqueiros na área estudada. 

Biografia do Autor

Paulo Junior Pina Maia, Universidade Federal do Pará

Licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Pará.

Marcia Pires Saraiva, Universidade Federal do Pará

Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. Professora da Universidade Federal do Pará na Faculdade de Geografia, Campus Universitário de Altamira.

Referências

ALENCAR, E. F. Gênero e trabalho nas sociedades pesqueiras. In. FURTADO, LEITÃO; DE MELO (orgs). Povos das águas – realidade e perspectiva na Amazônia. Belém: MPEG, 1993, p. 63-81.
BAPTISTA, C. P. B. O uso e a percepção ambiental de áreas úmidas por uma população ribeirinha na região da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas, Rio Grande do Sul. 2007.
BRITO, T. P.; OLIVEIRA, A. N. D.; SILVA, D. A. C.; ROCHA, J. A. S. Caracterização socioeconômica e tecnológica da atividade de pesca desenvolvida em São João de Pirabas –Pará –Brasil. Ambiência Guarapuava, n. 3, v.11, p. 699-720, 2015.
CARDOSO, E. S. Pescadores artesanais: natureza, território, movimento social. São Paulo: 1v. (Tese - Doutorado), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2001.
CASTRO, E. M. R. Urbanização, pluralidade e singularidades das cidades amazônicas. In: CASTRO, E. (org.). Cidades na Floresta. São Paulo: Annablume, 2008. p. 13-30.
CASTRO, E. |M. R. Território, Biodiversidade e Saberes de Populações Tradicionais. In: DIEGUES, Antônio Carlos (org.). Etnoconservação: novos rumos para a conservação da natureza. São Paulo: Ed. HUCITEC, 2000, p. 165-182.
CUNHA, G. D. O. B.; COSTA SILVA, R. G. Invisibilidades produzidas: o “desaparecimento” das comunidades ribeirinhas nos estudos da hidrelétrica Tabajara (Amazônia brasileira). Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, Bauru, v. 7, 2019.
DE FRANCESCO, A. et al. História de ocupação do beiradão. In: CUNHA, M. C.; MAGALHÃES, S.(orgs). A expulsão de ribeirinhos em Belo Monte. Relatório da SBPC. 1ed.São Paulo: SBPC, 2017. p. 41‐66.
DE PAULA, C. Q. Geografia e pesca artesanal brasileira: diálogos possíveis. In: De Paula; |Silva; Silva (orgs). Geografia e Pesca artesanal Brasileira. Belém, GAPTA, 2019, p. 23-56.
DE PAULA, E. M. Paisagem Fluvial Amazônica: Geoecologia do Tabuleiro do Embaubal - Baixo Rio Xingu. 2017.
DIEGUES, A. C. Pescadores, camponeses e trabalhadores do mar. São Paulo: Ática, 1983.
FREITAS, C. E. C.; Rivas, A. A. F.; Kahn, J. R.. Self-regulation strategies and comanagement of fisheries resources in the Amazon basin. Ecosystems and Sustainable Development V. Wit Press, Boston – USA. 2005.
FURTADO, L.G. Os pescadores do Rio Amazonas: Um estudo antropológico da pesca ribeirinha numa área Amazônica. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. 1993.
HAESBAERT, R.; LIMONAD, E. O território em tempos de globalização. Geo Uerj, n. 5, 1999, p. 9.
LOURENÇO, C. F., HENKEL, J. A. S., MANESCHY, M. C. A seguridade social para pescadores artesanais do Brasil: estudo de caso no Pará. ICFS, 2006.
MALDONADO, S. C. Pescadores do mar. São Paulo: Editora Ática, 1986.
MONTELES, J. S.; FUNO, I. C. de A.; CASTRO, A. C. L. de. Caracterização da pesca artesanal nos municípios de Humberto de Campos e Primeira Cruz - Maranhão. Bol. Lab. Hidrobiol. v 23, n 1, p. 65-74. 2014. Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/blabohidro/article/view/1879/30. Acesso em 10 de novembro de 2023.
MPP. Movimento dos Pescadores Artesanais. Cartilha Movimento Pescadores e Pescadores Artesanais. Bahia, jul. 2012.
PARÁ. Diretoria de áreas Protegidas. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Diagnóstico Ambiental, Socioeconômico e Fundiário para Criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável Tabuleiro Do Embaubal. Belém: SEMA-PA, 2013. 305 p. 2 volumes.
PARÁ. Decreto nº 1.566, de 17 de junho de 2016. Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/legislacao/files/pdf/487.pdf. Acesso em 20 de agosto de 2023.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Atica, 1993.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3a. Edição. São Paulo. Atlas. 1999.
RIOS, K. A. N. Da produção do espaço a construção dos territórios pesqueiros: pescadores artesanais e carcinicultores no Distrito de Acupe–Santo Amaro (BA). 2015, p. 62.
SÁ, W. R; GUEDES, E. B. Territorialidades e resistência camponesa na várzea da microrregião de Santarém–Pará. Revista GeoAmazônia, v. 2, n. 04, p. 10-45, 2015.
SANTOS, P. V. C. J. et al. Perfil socioeconômico de pescadores do município da Paposa, Estado do Maranhão. Revista Brasileira de Engenharia de Pesca, v. 6, n. 1, p. I-IVX, 2011.
Publicado
2024-02-27
Como Citar
Maia, P. J. P., Saraiva, M. P., & José Antônio Magalhães Marinho. (2024). A PESCA ARTESANAL ENTRE CAMPONESES RIBEIRINHOS DA COMUNIDADE SÃO MARCOS NO BAIXO RIO XINGU. Mares: Revista De Geografia E Etnociências, 5(2), 89-100. Recuperado de http://revistamares.com.br/index.php/files/article/view/246