SABERES E FAZERES CAIÇARAS

RESISTÊNCIAS E EXISTÊNCIAS DA PESCA ARTESANAL EM CAJAÍBA, PARATY-RJ

Resumo

O presente artigo visa discutir as nuances que envolvem os saberes e fazeres caiçaras em torno da pesca artesanal em Cajaíba, Paraty-RJ. A metodologia analítica centrou base na pesquisa bibliográfica através da disciplina Geografia da Pesca Artesanal. Evidenciou-se que a resistência e a existência da pesca artesanal nessa região se dá em meio a conflitos socioterritoriais. Esses conflitos emergem a partir da intervenção do Estado no processo de criação de Unidades de Conservação com instruções normativas de restrições aos usos dos espaços florestados e a proibição de atividades tradicionais de cunho geracional. Na análise espacial da atividade pesqueira, a pesca artesanal se depara com a pesca industrial de modo que o avanço da modernização sobre a atividade estabelece territorialidades em disputas onde as existências são negadas aos sujeitos da pesca artesanal. Eles resistem e eles existem entre os limites e possibilidades da gestão da pesca artesanal em Unidades de Conservação onde as territorialidades em disputas dão o tom da produção social do espaço na interface entre as comunidades tradicionais pesqueiras. Dessa maneira, os saberes e fazeres, as resistências e existências se forjam por meio da valorização cultural, de seu modo de vida e da afirmação da identidade pesqueira e caiçara.

Biografia do Autor

Abbul Mahmebb Said José Carlos da Silva, UERJ-Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Licenciado, Bacharel e Mestre em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho - UNESP- SP. Departamento de Geografia e Programa de Pós-graduação em Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas - UNESP Rio Claro - SP.   Doutorando do Programa de Pós-graduação em História Social da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PPGHS/FFP/UERJ e pesquisador do Núcleo de Pesquisa e Extensão- Urbano, Território e Mudanças Contemporâneas - Nutemc/FFP/UERJ, campus de São Gonçalo - RJ.
Pedro Benício Almeida Pinto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutorando em História pelo Programa de Pós-graduação em História Social da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Geografia no curso de Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Possui especialização em Dinâmicas Urbano-Ambientais e Gestão do território na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Licenciado em Geografia pela faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem atuado principalmente na área da Geografia, mais especificamente com a Geografia Urbana, mas sempre em diálogo com outras áreas como: a História, Sociologia, Filosofia, etc. As principais temáticas trabalhadas são: a modernização, urbanização, metrópole, conflitos urbanos, história digital e políticas públicas. Atualmente é bolsista/colaborador do Núcleo de Pesquisa e Extensão: Urbano, Território e Mudanças Contemporâneas (NUTEMC) e membro da Rede Lastro (Análise de conjuntura, território e sociedade – em diálogo com o pensamento de Ana Clara Torres Ribeiro).

Publicado
2022-12-02
Como Citar
Abbul Mahmebb Said José Carlos da Silva, & Pedro Benício Almeida Pinto. (2022). SABERES E FAZERES CAIÇARAS . Mares: Revista De Geografia E Etnociências, 4(1), 85-96. Recuperado de http://revistamares.com.br/index.php/files/article/view/163