MARÉS E MEMÓRIAS

ENTRE RANCHOS E CURRAIS, NARRATIVAS TECIDAS POR VELHOS PRAIEIROS

Palavras-chave: Memórias. Pesca Artesanal. Rancho. Curral.

Resumo

Esse artigo expõe o simbolismo do curral e do rancho de pesca na construção da cultura dos praieiros da costa de Urumajó em Augusto Corrêa no Pará, tendo como objeto de pesquisa as memórias entre passado e presente em torno desses elementos histórico‐cultural. Desse modo, o objetivo do trabalho é entender qual a importância dos dois símbolos para os praieiros, na perspectiva da pesca artesanal e na vida cotidiana desses. Portanto, através da História oral registraram‐se as memórias de cinco pescadores que apresentam a partir de suas narrativas as mudanças ao longo dos anos desse processo de construção e uso dos curras e ranchos de pesca atualmente. A partir dessa pesquisa foi possível compreender a importância desses símbolos na cultura da pesca artesanal e como esse elo tão importante está se perdendo no contínuo processo do tempo e interfere na vida cotidiana da pesca.    

Biografia do Autor

Amós Amorim, Universidade Federal do Pará

Foi diretor municipal de turismo de Augusto Corrêa-Pará de 2017 a 2020, sendo Vice-Presidente do Conselho Municipal de Turismo -COMTUR em 2019 e 2020; atuou como vice presidente do Polo Turistico Amazônia Atlantica em 2019 e como presidente da Região Turistica Amazônia Atlantica Caeté em 2020. Mestrando em Linguagens e Saberes da Amazônia- UFPA, Especialista em Docência de Ensino Superior-UNOPAR e especialista em Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia-IFPA, Lincenciando em Historia- UFPA, Bacharel em Turismo- UFPA, Técnico em Eventos-IFPA. Atua como profissional nas áreas de Educação, Turismo, Meio Ambiente, hospitalidade e cultura, desenvolvendo trabalhos como palestrante, produção de projetos e pesquisas, organização de eventos sociais, culturais, técnico científicos, cerimoniais, atividades de lazer e outros. Integra atualmente o Laboratório de Pesquisa e Extensão Socioambiental de Comunidades Amazônicas-LABPEXCA e o projeto de pesquisa Cartografia Social das Comunidades Extrativistas do Litoral da Amazônia. Desenvolvendo pesquisa relacionado as memórias de pescadores na área da Apa da Costa de Urumajó em Augusto Corrêa-Pará.

Roberta Sá Leitão Barboza, Universidade Federal do Pará

Roberta Sá Leitão Barboza concluiu o doutorado em Ecologia Aquática e Pesca pela Universidade Federal do Pará em 2012. Atualmente é professora da Universidade Federal do Pará, atuando junto ao curso de graduação Bacharelado em Engenharia de Pesca e aos Programas de Pós Graduação Interdisciplinares Linguagens e Saberes da Amazônia (PPLSA) e Estudos Antrópicos na Amazônia (PPGEAA). Coordena o grupo de pesquisas ESAC: Estudos Socioambientais Costeiros. Coordena projetos de extensão nas seguintes temáticas: Divulgação cientifico-cultural; Educação Popular; Fortalecimento de Movimentos Sociais; Gênero; Agroecologia. Desenvolve pesquisas com pescadores artesanais da Amazônia e indígenas. Tem experiência nas áreas de Sociologia Pesqueira, Sócio-antropologia Marítima e Pesqueira e Ecologia Humana atuando principalmente nos seguintes temas: Organização Social de Pescadores; Conhecimento Ecológico Local, Gestão Participativa de Recursos Naturais, Etnobiologia, Conservação e Manejo da Fauna Amazônica.

Myrian Sá Leitão Barboza, Universidade Federal do Pará

Sou doutora em Antropologia e Estudos Latino Americanos pela Universidade da Flórida (2014-2019, UF). Fui bolsista do programa CAPES de doutorado pleno no exterior (2014-2018, MCT) e da University of Florida (2018-2019, Anthropology Program and Center for Latin American Studies). Em 2019 recebi o premio de melhor tese "2019 Marianne Schmink Outstanding Dissertation Award" do TCD-LATAM da University of Florida. Durante o doutorado fui condecorada com o premio Ruth McQuown Awards (2016, UF) destinado aos estudantes com excelência acadêmica e com reconhecido trabalho junto a minorias étnicas e sociais. No final do doutorado fui condecorada com o prêmio Marilyn Little Scholarship (2019, UF) destinado aos estudantes internacionais pelo reconhecimento das atividades de pesquisas e extensão junto a comunidade não-acadêmica. Atualmente sou professora adjunta e pesquisadora do programa de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (2010-atualmente, UFOPA) e vice-coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Documentação das Expressões Afro-religiosas do Oeste do Pará e Caribe (NPDAFRO) da UFOPA. De 2020 a 2021 fui coordenadora do curso de arqueologia da UFOPA, coordenei por três anos o processo seletivo especial para ingresso de alunos indígenas na UFOPA (2011-2013). Atuei como indigenista na ONG OPAN (2009-2011, Operação Amazônia Nativa), realizei consultorias ambientais para estudos de identificação e demarcação de terras indígenas (2008, PNUD-FUNAI). Possuo experiência e produção acadêmica na área de Etnoecologia e Ecologia Histórica das populações humanas do trópico úmido com ênfase nos estudos da relação gente-planta e gente-animal, conhecimento tradicional na Amazônia, manejo e conservação dos recursos naturais, gestão territorial e ambiental em comunidades ribeirinhas, afrodescendentes e indígenas da Amazônia. Atualmente estou atuando nos estudos de gênero, etnografia, antropologia da paisagem, teorias nativas, relação gênero-território e simbologia das plantas nas religiões de matriz afro-brasileira. 

Publicado
2022-12-01
Como Citar
amosamorim, Sá Leitão Barboza, R., & Sá Leitão Barboza, M. (2022). MARÉS E MEMÓRIAS. Mares: Revista De Geografia E Etnociências, 4(1), 59-70. Recuperado de http://revistamares.com.br/index.php/files/article/view/148