SE EU FOSSE COPACABANA, O ESTADO BRASILEIRO SE IMPORTARIA? E A SOCIEDADE SE SENSIBILIZARIA?
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo denunciar os impactos do derramamento do petróleo no litoral nordestino, sobretudo, o texto convida aos leitores à uma reflexão mais profunda neste um ano da tragédia crime. Assim como, explicita os conflitos e a negligência do Estado brasileiro diante da ausência do direcionamento das políticas públicas para as pescadoras e pescadores artesanais do Nordeste e da implementação de um plano de contingenciamento do Petróleo nos Territórios Pesqueiros Tradicionais. Nós, as/os autoras/es apresentamos um diálogo de vivência cotidiana, partilhado com companheiras de outros territórios tradicionais e movimentos de lutas distintos, acerca das contradições e enfrentamentos vividos nos territórios pesqueiros, compreendendo que o território de moradia e o território usado por pescadoras e pescadores é uma extensão de seu território/corpo e defendê-lo é defender a própria vida ancestral. É abordado também as dimensões da luta, que através da atuação dos movimentos sociais articulados nacional, estadual e regionalmente, fazem incidência em distintos espaços. Trazemos uma narrativa que apontam um diálogo de saberes com forte expressão das águas que determina a vida nestes territórios. Utiliza-se aqui a referência da "Dona do Mar" enquanto divindade que se entrelaça entre a dimensão das águas, da terra e do mangue, por isso é carregada de simbologia e liga as raízes ancestrais com o lugar e com o território pesqueiro.
Referências
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