A PESCA ARTESANAL ENTRE CAMPONESES RIBEIRINHOS DA COMUNIDADE SÃO MARCOS NO BAIXO RIO XINGU
PRÁTICAS, SABERES E TERRITORIALIDADES
Resumo
O artigo tem como objetivo analisar, desde uma perspectiva geográfica, a dinâmica da pesca artesanal entre camponeses da comunidade São Marcos, no baixo rio Xingu, em Senador José Porfirio, Estado Pará. A obtenção de dados envolveu a realização de entrevistas na comunidade, além de levantamento de material bibliográfico e documental. A análise dos dados aponta que a pesca artesanal é umas das atividades mais expressivas entre os camponeses entrevistados. Em sua maioria, tais camponeses têm a pesca como a principal fonte de renda, o que torna essa atividade importante no processo de reprodução social dos comunitários. Referida atividade é realizada em territórios pesqueiros, onde as espécies são encontradas e capturadas com mais facilidade. Os pescadores se organizam por meio de regras comunitárias, diminuindo, de certa forma, os conflitos nos/por territórios. Os saberes construídos no cotidiano da pesca são transmitidos de geração em geração. Tais saberes relacionam-se ao comportamento, alimentação e reprodução dos peixes, constituindo rica fonte de informações que pode auxiliar no manejo, na conservação e na utilização dos recursos pesqueiros na área estudada.
Referências
BAPTISTA, C. P. B. O uso e a percepção ambiental de áreas úmidas por uma população ribeirinha na região da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas, Rio Grande do Sul. 2007.
BRITO, T. P.; OLIVEIRA, A. N. D.; SILVA, D. A. C.; ROCHA, J. A. S. Caracterização socioeconômica e tecnológica da atividade de pesca desenvolvida em São João de Pirabas –Pará –Brasil. Ambiência Guarapuava, n. 3, v.11, p. 699-720, 2015.
CARDOSO, E. S. Pescadores artesanais: natureza, território, movimento social. São Paulo: 1v. (Tese - Doutorado), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2001.
CASTRO, E. M. R. Urbanização, pluralidade e singularidades das cidades amazônicas. In: CASTRO, E. (org.). Cidades na Floresta. São Paulo: Annablume, 2008. p. 13-30.
CASTRO, E. |M. R. Território, Biodiversidade e Saberes de Populações Tradicionais. In: DIEGUES, Antônio Carlos (org.). Etnoconservação: novos rumos para a conservação da natureza. São Paulo: Ed. HUCITEC, 2000, p. 165-182.
CUNHA, G. D. O. B.; COSTA SILVA, R. G. Invisibilidades produzidas: o “desaparecimento” das comunidades ribeirinhas nos estudos da hidrelétrica Tabajara (Amazônia brasileira). Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, Bauru, v. 7, 2019.
DE FRANCESCO, A. et al. História de ocupação do beiradão. In: CUNHA, M. C.; MAGALHÃES, S.(orgs). A expulsão de ribeirinhos em Belo Monte. Relatório da SBPC. 1ed.São Paulo: SBPC, 2017. p. 41‐66.
DE PAULA, C. Q. Geografia e pesca artesanal brasileira: diálogos possíveis. In: De Paula; |Silva; Silva (orgs). Geografia e Pesca artesanal Brasileira. Belém, GAPTA, 2019, p. 23-56.
DE PAULA, E. M. Paisagem Fluvial Amazônica: Geoecologia do Tabuleiro do Embaubal - Baixo Rio Xingu. 2017.
DIEGUES, A. C. Pescadores, camponeses e trabalhadores do mar. São Paulo: Ática, 1983.
FREITAS, C. E. C.; Rivas, A. A. F.; Kahn, J. R.. Self-regulation strategies and comanagement of fisheries resources in the Amazon basin. Ecosystems and Sustainable Development V. Wit Press, Boston – USA. 2005.
FURTADO, L.G. Os pescadores do Rio Amazonas: Um estudo antropológico da pesca ribeirinha numa área Amazônica. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. 1993.
HAESBAERT, R.; LIMONAD, E. O território em tempos de globalização. Geo Uerj, n. 5, 1999, p. 9.
LOURENÇO, C. F., HENKEL, J. A. S., MANESCHY, M. C. A seguridade social para pescadores artesanais do Brasil: estudo de caso no Pará. ICFS, 2006.
MALDONADO, S. C. Pescadores do mar. São Paulo: Editora Ática, 1986.
MONTELES, J. S.; FUNO, I. C. de A.; CASTRO, A. C. L. de. Caracterização da pesca artesanal nos municípios de Humberto de Campos e Primeira Cruz - Maranhão. Bol. Lab. Hidrobiol. v 23, n 1, p. 65-74. 2014. Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/blabohidro/article/view/1879/30. Acesso em 10 de novembro de 2023.
MPP. Movimento dos Pescadores Artesanais. Cartilha Movimento Pescadores e Pescadores Artesanais. Bahia, jul. 2012.
PARÁ. Diretoria de áreas Protegidas. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Diagnóstico Ambiental, Socioeconômico e Fundiário para Criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável Tabuleiro Do Embaubal. Belém: SEMA-PA, 2013. 305 p. 2 volumes.
PARÁ. Decreto nº 1.566, de 17 de junho de 2016. Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/legislacao/files/pdf/487.pdf. Acesso em 20 de agosto de 2023.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Atica, 1993.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3a. Edição. São Paulo. Atlas. 1999.
RIOS, K. A. N. Da produção do espaço a construção dos territórios pesqueiros: pescadores artesanais e carcinicultores no Distrito de Acupe–Santo Amaro (BA). 2015, p. 62.
SÁ, W. R; GUEDES, E. B. Territorialidades e resistência camponesa na várzea da microrregião de Santarém–Pará. Revista GeoAmazônia, v. 2, n. 04, p. 10-45, 2015.
SANTOS, P. V. C. J. et al. Perfil socioeconômico de pescadores do município da Paposa, Estado do Maranhão. Revista Brasileira de Engenharia de Pesca, v. 6, n. 1, p. I-IVX, 2011.
Copyright (c) 2024 Paulo Junior Pina Maia, Marcia Pires Saraiva, José Antônio Magalhães Marinho
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores tem permissão e são encorajados a submeter seus documentos a páginas pessoais ou portais institucionais, antes e após sua publicação neste periódico (sempre oferecendo a referência bibliográfica do item).
A revista é de livre acesso.
Licença Creative Commons - CC BY - NC
Permite
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material, contudo você deve dar o crédito apripriado e não pode usar o material para fins comerciais