(RE)CONFIGURAÇÃO DO TERRITÓRIO RIBEIRINHO:

CONFLITUALIDADE PELO ESPAÇO GEOGRÁFICO DA COMUNIDADE BOA ESPERANÇA, NO RIO XINGU, AMAZÔNIA

Palavras-chave: Amazônidas, Comunidades tradicionais, Sistema Capitalista

Resumo

O espaço agrário amazônico é diverso, assim é impreterível ser analisado na sua totalidade, sendo insuficiente a compreensão apenas de dois pares dialéticos que se confrontam na disputa por território, este é somente um dos elementos que compõem a diversidade e a complexidade do espaço agrário. Com a realização desta pesquisa objetiva-se analisar o processo de conflitualidade inerente à reconfiguração territorial de pescadores-ribeirinhos da comunidade Boa Esperança – situada na região médio Xingu – após consolidação do reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte no ano de 2015. Utilizando-se metodologicamente do conceito de território usado, por acreditar ser um caminho possível à compreensão da conflitualidade inerente à disputa de diferentes usos do espaço geográfico (agrário) entre agentes hegemônicos e hegemonizados. Dessa forma, o espaço geográfico leva em consideração as variáveis e os elementos que fazem deste espaço multifacetado, que apresenta uma acumulação desigual de tempos e uma diversidade de elementos que possuem significados diferentes nos díspares contextos amazônicos, relação que ressalta o fato desta de que tal problemática está diretamente vinculada à contradição entre as diferentes lógicas de uso do espaço geográfico (agrário), que se expressam em disputa territorial.

Biografia do Autor

Hudson Nascimento de Sousa Filho , Laboratório de Estudo das Dinâmicas Territoriais na Amazônia - LEDTAM/UFPA

Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará (PPGEO-UFPA), formado com bolsa de pesquisa financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Especialista em: 1) Tecnologias Aplicadas à Regularização Fundiária e Prevenção de Conflitos Socioambientais, Habitacionais e Sanitários: Rede Amazônia (NAEA-UFPA); 2) Práticas de Ensino de Geografia e Estudos Amazônicos (FACGEO-UFPA); Geógrafo Licenciado pela Universidade Federal do Tocantins (UFT-Araguaína), foi bolsista vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), tendo pesquisa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atualmente docente efetivo das disciplinas de Geografia e Estudos Amazônicos no município de Altamira-PA. Membro atuante em Ensino, Pesquisa e Extensão no Laboratório de Estudos Agrários e Direitos Humanos (LEADH), situado na Universidade Federal do Tocantins - Polo Araguaína, e no Laboratório de Estudos das Dinâmicas Territoriais na Amazônia (LEDTAM), vinculado ao Polo Altamira da Universidade Federal do Pará. Atualmente construindo pesquisa e extensão voltadas ao Ordenamento Territorial da Amazônia (Legal), correspondente aos estados do Pará e Tocantins, e ao Ensino, Avaliação da aprendizagem e Currículo nas disciplinas de Geografia e Estudos Amazônicos.

Barbara Eleonora Santos Teixeira, Laboratório de Estudo das Dinâmicas Territoriais na Amazônia - LEDTAM/UFPA

Possui Graduação em Licenciatura e Bacharelado em Geografia pela Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA, mestrado em geografia pela Universidade Federal do Pará - UFPA. Atualmente é doutoranda pelo então Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará - UFPA, é professora do Município de Belterra - Pará, e está vinculada como pesquisadora do Laboratório de Estudos e Dinâmicas Territoriais na Amazônia (LEDTAM) no campus universitário de Altamira, é membro da Rede de Pesquisa Xingu (REDEX), é membro do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre a Questão Agrária e Movimentos Sociais - GEPQAM. Possui pesquisas voltadas a Produção do espaço agrário amazônico, Dinâmicas territoriais na Amazônia, Movimentos Sociais e Grandes Projetos na Amazônia.

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Publicado
2023-07-28
Como Citar
Sousa Filho, H. N. de, Santos Teixeira, B. E., & Herrera, J. A. (2023). (RE)CONFIGURAÇÃO DO TERRITÓRIO RIBEIRINHO: . Mares: Revista De Geografia E Etnociências, 4(2), 67-76. Recuperado de https://revistamares.com.br/index.php/files/article/view/198